
Com a chegada do período chuvoso e o atraso nas obras de contenção e remoção de rejeitos de minério, o Ibama prevê que 4,3 milhões de metros cúbicos de rejeitos devem chegar à Usina de Candonga, de agora até março do ano que vem. Desse total, a hidrelétrica não terá capacidade de conter cerca de 2 milhões de metros cúbicos, que passarão pelas barragens e escoaram novamente pelo Rio Doce, chegando ao litoral do Espírito Santo.
Esse é o cenário pessimista trabalhado pelos órgãos que compõe o Comitê Interfederativo (CIF), que inclui o Ibama e diversos órgãos dos governos federais e estaduais de Minas e do Espírito Santo. A previsão leva em conta a não conclusão do dique S4, que está sendo feito pela Samarco em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, o mais impactado pelo rompimento da barragem de Fundão, em novembro do ano passado. Leva em conta ainda uma quantidade de chuva além da média histórica. “Trabalhamos com o cenário pessimista para sabermos como agir se houver eventos críticos”, disse a presidente nacional do Ibama, Suely Araújo.
No cenário otimista, Candonga irá receber 2,3 milhões de rejeitos até março do ano que vem e terá condições de conter a lama. No entanto, obras em atraso pela Samarco só reforçam a tese mais pessimista. Em 77 pontos vistoriados pelo Ibama de 12 a 21 de setembro, 92% não tinham obras em andamento. O trabalho de conservação do solo não tinha começado em 71% das áreas. “Os resultados mostram que estamos certos em trabalhar com o cenário pessimista”, ressaltou Suely.
(Fonte:O tempo)